Justiça mantém prisão de Alessandro Camilo, acusado no caso Ana Karina
Por unanimidade de votos, o pedido de liberdade provisória em Habeas Corpus do réu Alessandro Camilo de Lima foi negado pelos desembargadores integrantes da Seção de Direito Penal do Tribunal de Justiça do Pará nesta segunda-feira (20). O homem é acusado de ter envolvimento no homicídio de Ana Karina Matos Guimarães, de 29 anos, que em maio de 2010, época no crime, estava grávida de nove meses do acusado. A vítima foi morta a tiros e depois colocada em um tambor perfurado na carroceria da caminhonete do acusado, que depois a jogou no rio Itacaiunas, no sudeste paraense. O corpo nunca foi encontrado.
Acompanhando o entendimento da relatora, desembargadora Maria de Nazaré Gouveia dos Santos, os desembargadores não reconheceram o excesso de prazo, uma vez que o processo tramita normalmente e está na fase de preparação para o júri popular. Além disso, ressaltaram que vários foram os recursos interpostos pela defesa após a sentença de pronúncia, os quais precisavam ser julgados.
Alessandro Camilo é apontado pelo Ministério Público como suposto mandante do crime. Conforme a denúncia do MP, Alessandro teria planejado o crime com o apoio de sua noiva, Graziela Barros de Almeida, e atraído a vítima para uma emboscada. Alessandro, sob o argumento de que repassaria valores a Ana Karina para as despesas do parto, marcou encontro com a vítima, levando-a para um local ermo, onde já aguardavam Francisco de Assis Dias, e Florentino de Souza Rodrigues, os outros dois acusados no processo.
A vítima foi morta a tiros, sendo depois colocada em um tambor que estaria na carroceria da caminhonete de Alessandro, e jogada no rio Itacaiunas. Antes, no entanto, os acusados teriam colocado pedras no tambor e feito perfurações, para que permanecesse no fundo do rio. O corpo da vítima, embora os acusados tenham apontado o local onde foi jogado o tambor, nunca fora encontrado.
Ainda de acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime teria sido motivado em virtude da pressão que Ana Karina estaria fazendo com Alessandro, para fazer frente às despesas com o nascimento da criança. Haveria ainda a intenção do acusado em não pagar pensão alimentícia. Florentino, o único dos quatro acusados que desistiu do recurso em sentido estrito (através do qual questionou a decisão do juiz de determinar que fosse submetido a júri popular) foi julgado em fevereiro 2013, e condenado a 24 anos de reclusão pelo crime.
Com informações da Assessoria do TJPA