Crianças internadas no Hospital Metropolitano voltam a receber aulas presenciais pelo programa “Classe Hospitalar”

Na manhã desta segunda-feira, 13, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), retomou as atividades da “Classe Hospitalar” dentro da unidade. A ação é destinada aos pacientes mirins e dá suporte aos estudos em meio ao tratamento.

Para a professora Leonice Cardoso, o retorno é um momento de felicidade. “Há crianças que chegam aqui com claras dificuldades de ler e escrever. Na classe hospitalar elas têm a primeira iniciação à leitura. É outro resultado prático do nosso trabalho”, disse.

O HMUE, que pertence ao Governo do Estado do Pará, sendo gerenciado pela entidade filantrópica Pró-Saúde, está localizado em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Desde fevereiro de 2020, após o início da pandemia no Brasil, a unidade precisou paralisar as aulas presenciais que passaram a ser remotas.

O momento pediu para dar uma pausa das atividades com o objetivo de aumentar a segurança dos profissionais e das crianças”, explicou a coordenadora de Humanização do HMUE, Natália Failache.

A pandemia ainda não acabou e hoje retornamos tomando todos os cuidados”, completou Natália. Os cuidados mencionados pela profissional têm como base as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento social e higienização dos objetos.

O retorno das aulas presenciais reuniu estudantes que estão internados na ala de pediatria e no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), vítimas de queimaduras e/ou politraumatismos. Antes do início das aulas houve apresentação dos professores, além de um momento musical para as crianças.

Em média, o projeto oferece ensino para 50 pacientes por mês. O compromisso é com a manutenção do vínculo com a escola, por isso os conteúdos são multidisciplinares e focados no nível de aprendizagem de cada aluno.

Na Classe Hospitalar, trabalham-se os ciclos I e II do ensino fundamental, percorrendo todas as áreas de conhecimento, como raciocínio lógico matemático, o estudo da sociedade, códigos e linguagens.

Suelma Guimarães chegou no Metropolitano com a filha, Suane Vitória, de 9 anos, após a menina sofrer uma queda de bicicleta. De acordo com a autônoma, uma das maiores preocupações neste período de internação eram os estudos de sua filha.

Devido a situação pandêmica que estamos passando, minha filha parou de ir para a escola. Recentemente foi anunciado o retorno às aulas e infelizmente ela se acidentou. Quando eu descobri que ela vai estudar no hospital, fiquei mais aliviada”, contou a autônoma.

A garotinha se mostrou animada para o início das aulas. “Eu já estava há muito tempo sem ir pra escola. Quando me falaram que eu ia estudar aqui no hospital, fiquei muito feliz”, declarou a Suane Vitória.

O projeto atende também outro tipo de público, como alunos de ensino médio que estão nas enfermarias do Hospital Metropolitano. Nesse caso, eles são atendidos por um professor de história, que se junta à equipe de três pedagogas em alguns dias da semana.

Sobre a Classe Hospitalar

Criado em 2009, o programa oferece atendimento educacional especializado, atendimento no leito e assessoramento pedagógico. São aulas multisseriadas para atender o perfil diferente de cada aluno. Entre os diferenciais está o auxílio em uma temática atual.

Ao todo, a Classe Hospitalar já ofereceu educação para quase 8 mil crianças desde o dia da implantação no Hospital Metropolitano.

A diretora Hospitalar, Alba Muniz, falou sobre a importância de uma sala de aula dentro de um hospital referência no Pará. “Um dos propósitos da Pró-Saúde é oferecer condições de saúde e social para os pacientes. Sabemos que em muitos casos o tratamento é longo, e não tem como ficar longe dos estudos”, ressaltou.

Diego Monteiro – Pró Saúde

 

Deo Martins