Audiência Pública debate inclusão do Fundo Municipal de Apoio ao Ensino Superior no PPA e cobra regulamentação da Lei 4.804/2019

Após a apresentação, o presidente da Casa reforçou a necessidade urgente de regulamentação para que o fundo se torne política pública e passe a contemplar estudantes universitários.
Chamado à regulamentação e reivindicações da comunidade
Na tribuna, estudantes e representantes da comunidade relataram cortes de recursos, problemas na infraestrutura, falta de laboratórios e dificuldades de deslocamento até as universidades.
A estudante secundarista Julianny Simões, vice-presidente do Movimento Reinventar, cobrou resultados efetivos: “Daqui a quatro anos não queremos voltar aqui com o mesmo discurso. Queremos ver resultados práticos.”
Defesa da educação pública
O professor Raimundo Moura, presidente do Sintepp Parauapebas, lembrou que a defesa da educação é uma luta de classe. Já o professor Elton Reis levantou um questionamento central: “Dinheiro público, para que público é? A mineração está acabando. O ensino superior é nossa salvaguarda. Uma nova matriz econômica pautada na educação pode evitar que Parauapebas se torne uma cidade fantasma.”
A presidente do Conselho Municipal de Educação, Emanuela Melo, lembrou que as demandas são antigas: “Há muito tempo debatemos os mesmos problemas: falta de investimento, estrutura e recursos. Precisamos que a educação seja prioridade real nas políticas públicas.”
A professora Dra. Vanessa Moreno destacou as limitações estruturais das instituições públicas do município e defendeu prioridade para o fundo: “Temos excelentes profissionais, mas uma estrutura limitada. Venho cobrar a regulamentação desta lei que nunca entrou na discussão do PPA. Essa é uma prioridade urgente, pois amplia o acesso ao ensino superior e garante infraestrutura e logística para nossos estudantes.”
A dirigente da DRE Parauapebas, Maria Fonseca, reforçou que a verba pública deve ser aplicada prioritariamente no ensino público: “Que esta audiência não fique na oralidade, mas gere inclusão das demandas no PPA e na LOA.”
A professora Rosana Luz também criticou a possibilidade de repasse a instituições privadas: “A previsão de destinar recursos para infraestrutura de universidades particulares é incoerente. A universidade pública não tem lucro; o que recebe retorna integralmente à sociedade.”
Os professores Alan Barreto e Rosana Luz entregaram formalmente uma minuta com sugestões para regulamentação do fundo.
O vereador Alex Ohana assumiu o compromisso de avançar com o processo: “Vamos buscar a regulamentação e efetivação da lei. É um sonho e uma possibilidade de nova matriz econômica para o município. A bandeira da Cidade Universitária é nossa.”
Encerramento
Ao finalizar a audiência, o vereador Anderson Moratorio agradeceu as contribuições e reforçou a importância do fundo para o futuro da juventude de Parauapebas: “Enquanto professor e estudante de universidade pública, sei o quanto esse fundo pode transformar vidas. Comungo da ideia de que os recursos sejam destinados ao ensino público e ressalto que a escuta desta noite foi ativa e a partir das sugestões apresentadas hoje vamos propor a criação de novas políticas públicas para a educação”, afirmou Moratorio.
Texto: Josiane Quintino / Fotos: Dione Gastão (AscomLeg 2025)
