Tem bebê novo no Zoobotânico de Marabá

Foto: CTonline
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Demorou 400 dias, mas finalmente a mamãe anta Shrek deu à luz um filhote no último domingo, às 10 horas. Foi uma festa para os funcionários e direção do parque da Fundação Zoobotânica de Marabá, que acompanharam a gravidez por mais de um ano da única fêmea existente no recinto.

O filhote não sabe – e nunca vai saber – mas as listras branco e marrom que fazem dele um bebê fofo, vão desaparecer daqui a cinco meses e ele ficará com tonalidade tosca (cinza) assim como seus pais.

A direção do parque decidiu que vai abrir um concurso na página da FZM na rede social Facebook para que as pessoas deem sugestões de nome para o filhote de Shrek, que nasceu com 4 quilos e por enquanto só mama (várias vezes por dia).

O biólogo Manoel Ananis, gerente da Fundação Zoobotânica, explica que um tratador e um médico veterinário assistiram ao parto da anta Shrek, que foi normal. No parque vivem três antas, dois machos e uma fêmea, mas um dos machos sempre fica solto e o outro preso com a fêmea porque, caso ambos fiquem no mesmo ambiente, brigam muito. “Eles aprontam todas”, diz Ananis, sorridente.

Após o parto, os machos foram separados da fêmea, que está sozinha com seu filhote para repouso até passar o período de “resguardo” e também para o que bebê não sofra nenhum tipo de dano e venha a morrer.

Ananis observa que um dos fatores que contribuem para que a anta esteja na lista de animais ameaçados de extinção no Brasil é a gestação muito longa da mãe, que ainda vai cuidar do filhote durante dois anos. “Então, são quatro anos, no mínimo, para o nascimento de um novo filhote. Nesse longo tempo, os caçadores matam cerca de dez animais da espécie na mesma região”.

Além disso, a anta é um animal de grande porte na floresta e fácil de virar uma presa de caçadores. “Roedores como capivaras e cutias ainda não estão em extinção porque conseguem se reproduzir fácil e rapidamente. A cultura do amazônida é comer carne de animais silvestres, mas nós temos o papel de educação ambiental que vai na contramão dessa cultura”.

Ananis explica que as antas da FZM se alimentam de ração para cavalo, capim e muitas frutas. Explica que elas são animais importantes para a natureza porque são dispersores de sementes através das fezes. “Quando se derruba uma floresta, os primeiros animais a desaparecer são os de grande porte, como anta e onça.

No parque da FZM, a maioria dos nomes quem dá são os tratadores, que geralmente os relacionam a personalidades artistas muito conhecidas. “No caso da anta Shrek, Acharam ela entroncada, pois pesa cerca de 200 quilos “apenas”. Nossa intenção é que visitantes façam sugestão de nomes para os animais, como vamos fazer com esse filhote de anta que acaba de nascer”, diz Ananis.

O presidente da Fundação, médico Jorge Bichara, também comemorou o nascimento do filhote de anta e disse que este é o segundo que ocorre em cativeiro na fundação. “A gente fica muito feliz, porque esse é o resultado positivo de um trabalho feito com animais que são retirados da floresta de forma irregular e que não conseguem se readaptar caso retornem. O sucesso é de todas as entidades envolvidas”, celebra.

Raro, Gavião Real ronda ‘namorada’ em cativeiro

Desde as primeiras horas desta segunda-feira, 28, um Gavião Real – possivelmente macho – espreitava o recinto onde vive um casal da mesma espécie no parque da Fundação Zoobotânica de Marabá. E a reportagem do CORREIO chegou no local num momento privilegiado para fotografar o visitante ilustre.

O biólogo Manoel Ananis explica que este Gavião Real que vive na natureza é raríssimo nesta região e uma equipe do ICMBio tem interesse em capturá-lo para ajudar no aumento da população da espécie. Ele revelou que o casal que vive em um recinto privilegiado na Fundação Zoobotânica nunca conseguiu ver seus ovos vingarem e nascerem filhotes. “É um sonho de todos nós que os ovos eclodam de forma natural, sem necessidade de usar métodos artificiais”, diz Ananis.

Atualmente, o Gavião Real fêmea está chocando ovos, mas já se passaram mais de 50 dias e até agora nenhum filhote nasceu. “Estamos perdendo as esperanças com essa tentativa”, diz.

Jorge Bichara diz que já teve o privilégio de ver e até fotografar o referido Gavião Real em outra circunstância e torce para que ele sobreviva por muitos anos ainda na natureza. “Creio que seja o único da espécie que exista na rala mata que ainda existe na periferia da cidade”, diz.

Reportagem: Ulisses Pompeu

Deo Martins

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