Reunião Técnica da Ferrovia Paraense chega ao município de Marabá

Depois de Santana do Araguaia e Redenção, o município de Marabá recebeu a Reunião Técnica do projeto da Ferrovia Paraense, que foi realizada no auditório do Serviço Nacional da Indústria (Senai) nesta quinta-feira, 17, com a presença de representantes de vários municípios da região, que ouviram do secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Adnan Demachki, a apresentação do projeto da ferrovia.
A reunião técnica contou com a presença do vice-governador Zequinha Marinho; do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Geovanni Queiroz; o prefeito de Marabá, Tião Miranda, e do vice Toni Cunha; do presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Ítalo Ipojucan; do Presidente do Sindicato Rural de Marabá, Maurício Fraga; e dos deputados estaduais Gesmar Costa e João Chamon Neto, além de lideranças locais e dos municípios da região.
O traçado da ferrovia foi cuidadosamente planejado de forma a não passar por áreas indígenas ou quilombolas, tampouco florestas densas. Essas sempre foram algumas das preocupações do Governo do Estado, de ter um empreendimento que respeitasse as comunidades tradicionais e com o menor impacto possível”, observou o secretário, respondendo as perguntas sobre licenciamentos ambientais e possíveis entraves sociais e jurídicos no trajeto da Ferrovia Paraense, considerados problemas chaves em grandes projetos no Brasil.
Entre os presentes, as reações à apresentação da Ferrovia foram de esperança por um empreendimento que traga desenvolvimento e ganhos sociais. “É um dos projetos mais arrojados do governo. Temos muitas reservas minerais nessa região e podemos ganhar uma alternativa de logística para escoar essa produção. Acredito muito nele”, disse o prefeito Tião Miranda.
A Ferrovia será fundamental para esse modelo de logística que está sendo implantado no Norte do país. A fronteira agrícola está chegando aqui, aliada ao potencial de mineração, estes serão ajudados pelo escoamento que a ferrovia trará. O projeto já tem alguns principais parceiros para o primeiro trecho, é indispensável que a Vale participe do projeto e assim temos quase certeza que é um caminho irreversível que ela saia do papel”, completou o secretário municipal de Indústria e Comércio de Marabá, Ricardo Pugliesi.
Ana Freitas, empresária local que trabalha com prestação de serviços às mineradoras, salienta a possibilidade de ganhos sociais para os municípios por onde poderá passar a ferrovia. “Nossa região tem muitos recursos naturais e tende a crescer caso haja investimento com responsabilidade. É importante que esse investimento venha com ganhos sociais, com qualificação. Achei interessante a apresentação do projeto, já que nossa região de Marabá e arredores, é um dos locais privilegiados no país para crescer”.
O deputado Gesmar Costa, ao mesmo tempo que expôs que o projeto não deve ser entendido somente como uma ação de governo, mas da sociedade, deixou claro que a maior empresa que está estabelecida na região, a Vale, deve contribuir com cargas para a Ferrovia Paraense. “Se o grande desafio é viabilizar cargas, a Vale deve ser a empresa que tem a obrigação de contratar mais cargas, pois assim fazendo estará contribuindo, enfim, com o desenvolvimento do Estado“.
Além de apresentar o projeto, contribuições foram dadas para o edital de licitação, uma delas de que se inclua uma cláusula obrigando a empresa que porventura vencer a licitação a contratar 95% dos trabalhadores que poderão construir a obra, nos 23 municípios que a ferrovia corta.
Quando perguntado sobre os próximos passos do projeto, Demachki informou que a mineradora Norsk Hydro estará assinando nesta sexta-feira, 18, durante a audiência pública de Paragominas, o compromisso de transportar no mínimo cinco milhões de toneladas de cargas/ano pela ferrovia. As próximas tratativas serão com a Vale, que já anunciou que irá transportar parte de sua produção pela futura Ferrovia Paraense.
Outros grandes embarcadores deverão ser procurados para garantir carga e esse papel foi assumido pelos prefeitos do Sul do Pará nas audiências de Santana e Redenção. Os prefeitos se uniram e prometeram contribuir com o projeto prospectando novos compromissos de cargas“, completou Adnan.
O Projeto
A Ferrovia Paraense corta o estado de sul a norte em 1.312 quilômetros, iniciando em Barcarena e seguindo até Santana do Araguaia. O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga. O licenciamento ambiental está sendo conduzido por órgãos estaduais, com chance de o vencedor do certame assinar o contrato de concessão já com a licença em mãos.
O projeto promove a interligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul, num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia (MA), trecho final da Norte-Sul, o que abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense, e é um dos atrativos para a iniciativa privada. A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses e terá capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas/ano.
Reportagem: Tylon Maués – Agência Estado

Deo Martins

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