Queijo produzido em meio a fezes e moscas é apreendido no Pará

A operação foi denominada de Salutar. | Michel Garcia

Pontos clandestinos de produção e estocagem de laticínios – conhecidos com “queijeiras” ou “boquetas” – foram alvos de uma operação da Polícia Civil do Pará, na cidade de Marabá, sudeste paraense, neste sábado (25). O objetivo da ação é reprimir crimes contra a saúde pública, contra as relações de consumo, contra a ordem tributária e contra associações criminosas.
Foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão em três laticínios clandestinos na zona rural de Marabá, nas proximidades das vilas Maravilha, Cupu e Bandeirante. Participaram da ação, auditores fiscais federais do Ministério da Agricultura, lotados no Serviço de Inspeção Federal, responsável por exercer as atribuições de vigilância sanitária federal.

Nos locais inspecionados, os policiais civis e auditores federais do Ministério da Agricultura se depararam com cenários deploráveis em que peças de queijo eram produzidas e estocadas sem as mínimas condições de higiene.
Muitos ambientes estavam fétidos, imundos, úmidos, sem refrigeração, além de haver, em alguns desses pontos, muitas moscas, livre circulação de porcos e galinhas e até mesmo animais mortos e vestígios de fezes de gado.Apurou-se que, após a produção do queijo, o material é comercializado em grande escala de forma clandestina e transportado, sobretudo para outros Estados da federação, de forma velada, burlando a fiscalização policial, fiscal e sanitária.
No ano passado, uma carga de 8 toneladas de queijo destes mesmos investigados foi apreendida pela Polícia Civil de Marabá sendo transportada em um caminhão boiadeiro de transporte de gado em meio a fezes de bovinos, levando à prisão em flagrante dos responsáveis e à inutilização dos produtos.Como resultado da operação, aproximadamente 17 toneladas de queijo impróprio para o consumo foram apreendidas, sendo a carga total condenada e encaminhada para destruição pelos fiscais sanitários.
Há fortes indicativos de que grande parte da produção é comercializada para outros estados da federação e “esquentada” de forma fraudulenta por meio de emissão de notas fiscais frias e colocação inadequada de selos de autorização sanitária com escopo de enganar a fiscalização e o consumidor final.
Reportagem: DOL com informações de Michel Garcias/Diário do Pará – Fotos: Polícia Civil

Deo Martins