Mini celular do crime: como tecnologia foi usada para fraudar concursos no Pará

Uma operação da Polícia Civil no município de Marituba, na Grande Belém, prendeu cinco pessoas envolvidas em um esquema de fraude em concursos públicos. Durante a ação, um item chamou atenção dos investigadores: mini celulares de uso clandestino, equipamentos com alto potencial para trapaças e praticamente imperceptíveis a olho nu.

Como funcionam os mini celulares?
O modelo apreendido é vendido na internet por valores que variam entre R$ 108 e R$ 114. Medindo apenas 6,2 cm de altura por 2,3 cm de largura, com apenas 1,1 cm de espessura, o aparelho se destaca pela discrição extrema e pelas funcionalidades completas — incluindo chamadas, mensagens, agenda de contatos, reprodutor de música e alarme.
Entre os principais recursos:
- Dual Chip e suporte a chamadas convencionais
- Conectividade Bluetooth, permitindo emparelhamento com fones sem fio
- Tempo de conversação de até 5 horas com bateria recarregável
- Tela de 0,66 polegadas
- Funções extras como mensagens de texto, registro de chamadas, despertador e player de áudio
- Interface multilíngue: suporta idiomas como português, inglês, francês, espanhol, russo e árabe
Além de funcionar como um celular autônomo, ele também pode atuar como dialer Bluetooth, sendo controlado remotamente a partir de outro dispositivo, como um smartphone.
Fraude bem estruturada
Segundo a investigação, o grupo cobrava cerca de R$ 2 mil por candidato interessado na fraude. Se o participante fosse aprovado, o valor subiria para R$ 20 mil. O mini celular era usado para receber respostas em tempo real ou manter comunicação com um “coordenador” externo, o que tornava a detecção extremamente difícil, especialmente em locais com fiscalização limitada.
Clayton Matos – Diário do Pará