Garimpos que poluíam rios no Pará são desmobilizados pela Polícia Federal

A Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e inutilizou várias máquinas de garimpo ilegal nesta quarta-feira (07/12), durante a operação Águas Turvas 2. O crime polui rios de abastecimento da cidade de Parauapebas/PA e ameaça o Parque Nacional Campos ferruginosos, na região próximo à Vila nova Jerusalém e Vila Planalto, no município de Canaã dos Carajás/PA. Esta segunda fase da operação Águas Turvas teve participação de mais de 70 agentes da PF, IBAMA, ICMBio e Força Nacional.

Até o início desta tarde, foram inutilizadas três máquinas, apreendidos R$ 5 mil e três veículos. O cumprimento dos mandados continua durante esta tarde.

Na primeira fase da operação, foram realizados sobrevoos ao longo do rio e locais próximos, o que revelou outros locais de garimpo ilegal de ouro e cobre, daí a necessidade da segunda fase da Águas Turvas.

Foi constatada previamente a existência de retroescavadeiras, caminhões e outras máquinas; vários pontos de extração ilegal de minérios; e modificação severa da cor dos rios – indicativo de atividade intensa de garimpagem. Tudo isso foi confirmado durante a operação desta quarta-feira.

Durante meses, existiu extração de ouro e cobre na região. Nos garimpos de cobre há túneis cavados para a extração e nos de ouro diversas escavações – ambos causando gravíssimo dano ambiental, responsáveis pela contaminação do solo e afluentes de rios.

Na Operação Águas Turvas, deflagrada em 31 de agosto deste ano, o SAAEP (Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Parauapebas), que realiza análise constante da qualidade da água que abastece a cidade, detectou a contaminação de afluentes do rio Parauapebas e informou ao ICMBio e à Câmara Municipal de Parauapebas por meio de ofício.

Foi relatado pela empresa, na época, que, em virtude da contaminação do rio, foi necessário aumentar em mais de 70% a quantidade de produtos utilizados para tratamento da água que abastece o município. Isso motivou uma audiência pública em Parauapebas no início de junho deste ano, em que foi exposto o caso.

Descobriu-se, então, que a contaminação vinha, em sua maioria, da atividade de garimpagem no município vizinho, Canaã dos Carajás.

A partir da notícia-crime encaminhada pelo ICMBio acerca da devastação causada por áreas de extração ilegal de ouro, a PF abriu inquérito e iniciou a investigação.

Por questões logísticas, é inviável se transportar o maquinário pesado apreendido e, para que não seja reutilizado no garimpo ilegal, é feita a inutilização nos termos da lei.

Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União, associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento.

Comunicação Social da Polícia Federal no Pará

Deo Martins