Bolsonaro planeja prorrogar auxílio emergencial até o fim do ano com parcelas de R$ 250

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro planeja prorrogar o auxílio emergencial até o fim do ano. O valor que será pago deve ser reduzido de R$ 600 para R$ 250 nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, de acordo com fontes que participam das discussões.
A sinalização feita pelo presidente foi dada a integrantes da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo essas fontes.
Integrantes da área política do governo ainda tentam convencer Bolsonaro a pagar um valor um pouco mais alto, de R$ 300.
Nesta quarta-feira, em cerimônia na qual sancionou duas medidas provisórias que tratam do acesso ao crédito por pequenos empreendedores, inclusive uma nova linha de crédito por meio de maquininhas de cartão, Bolsonaro afirmou que pode estender o auxílio emergencial até o fim do ano, mas com valor menor que os atuais R$ 600.
— Os 600 pesam muito para a União. Isso não é dinheiro do povo, porque não tá guardado, isso é endividamento. É isso mesmo? Tô falando certo? Acho que tô, né?[olhando para Paulo Guedes] Pra não me criticarem depois. E se o país se endivida demais, você acaba perdendo sua credibilidade para o futuro. Então R$ 600 é muito. O Paulo Guedes… Alguém falou da Economia em R$ 200. Eu acho que é pouco. Mas dá para chegar num meio-termo e nós buscarmos que ele venha a ser prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano — disse Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, a prorrogação do auxílio emergencial foi discutida nesta manhã com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Decisão ainda nesta semana
A decisão de prorrogar o auxílio deve ser anunciada por Bolsonaro até o fim desta semana. O valor de R$ 250 é próximo ao que será pago no Renda Brasil, programa social que o governo desenha para substituir o Bolsa Família e que o presidente quer que comece a ser pago em janeiro.
O pagamento do benefício contribuiu para aumentar a popularidade do presidente, mas a um custo mensal de R$ 50 bilhões — equivalente a mais de 17 vezes o gasto com o Bolsa Família — e é considerado insustentável para os cofres públicos.
Integrantes da área política do governo queriam que o valor fosse de pelo menos R$ 300, enquanto Guedes defendia R$ 200. Bolsonaro teria encontrado um meio termo ao definir R$ 250. Mas integrantes da área política do governo ainda querem que o presidente aceite R$ 300.
Líderes de partidos, porém, querem a extensão até o fim do ano, com uma parcela no patamar de R$ 600 e outras de R$ 300.
Proposto inicialmente com valor de R$ 200 pelo governo, o auxílio deveria durar três meses. Foi prorrogado depois por mais dois meses. Como o governo vai propor um valor menor, fará essa alteração por meio de medida provisória a ser encaminhada ao Congresso.
Neste caso, as características do programa, como o valor do benefício, por exemplo, podem ser alteradas por deputados e senadores.
O auxílio de R$ 600 foi criado por lei de iniciativa do Congresso em abril para ajudar trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais, desempregados e famílias que recebem o Bolsa Família a atravessarem a crise causada pela pandemia.
Segundo dados do Tesouro Nacional, o gasto previsto até agora soma R$ 254,4 bilhões, sendo que já foram desembolsados R$ 182,87 bilhões.
Fonte: O Globo

Deo Martins