Semsa debate com ONGs ações de combate a Leishmaniose em Parauapebas

 Semsa debate com ONGs ações de combate a Leishmaniose em Parauapebas

Diante dos inúmeros casos de leishmaniose registrados em Parauapebas, a diretora da Vigilância em Saúde, Michele Ferreira, e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) se reuniram na tarde desta segunda-feira, 30, com as organizações não governamentais (ONGs) que cuidam de animais abandonados para discutir ações conjuntas de atendimentos aos animais de ruas e também de combate à enfermidade.

Durante a reunião, a Semsa destacou o que já vem sendo feito pelo governo para o combate à doença. Segundo Michele, além da Semsa, as secretarias de Serviços Urbanos (Semurb) e Meio Ambiente (Semma) têm participado das ações de enfrentamento à leishmaniose. Ela observa que a participação da população nesse combate é considerada de suma importância, já que os animais domésticos, como o cão, fazem parte do convívio familiar.

Parauapebas ainda não tem centro de zoonoses e todo cuidado com animais abandonados nas ruas da cidade é feito por ONGs. A cidade possui uma grande população canina e felina e até de animais de grande porte vivendo nas ruas, o que é um risco para a proliferação de doenças, como é o caso da leishmaniose.

A leishmaniose canina, também conhecida por calazar, é uma zoonose, ou seja, atinge os animais e os humanos. É causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, transmitidos aos homens e animais por meio de um mosquito chamado flebótomo, popularmente conhecido como mosquito-palha, que está frequentemente presente em regiões quentes e úmidas.

Os cães, as raposas, os roedores e os equídeos são considerados reservatórios dessa doença, que recentemente foi descrita em gatos domésticos (Leishmaniose Felina). A Leishmaniose é transmitida ao homem por meio da picada do mosquito, após ter picado um animal infectado. É importante ressaltar que a leishmaniose não tem cura e pode colocar a vida do seu cão em risco.

As fêmeas do mosquito-palha aparecem pela manhã e na parte da tarde, sempre rondando pessoas e animais para alimentar-se de sangue. O inseto mede cerca de 3mm e tem como principal característica o fato de pousar e manter as asas eretas. Ele se reproduz em materiais orgânicos e úmidos.

Inicialmente tratada como uma doença rural, a leishmaniose visceral tem se expandido para as áreas urbanas, conforme informações do Ministério da Saúde. É importante manter a área onde o animal vive limpa e observar sempre o comportamento do cão.

Os principais sintomas da doença são ulceras nas orelhas, na cabeça ou nas extremidades; Inflamação dos olhos e crescimento anormal das unhas; perda de pelos na região da cabeça; feridas que não cicatrizam; urina com sangue; diarréia; conjuntivite; dermatite; atrofia muscular especialmente na face, o que cria uma expressão triste e envelhecida; cansaço extremo; inflamação das articulações ou claudicação; inchaço dos gânglios linfáticos; fraqueza; perda de peso; febre; hemorragia nasal; e inflamação do abdômen.

Combatendo a leishmaniose

Para evitar a propagação da Leishmaniose, aconselha-se primeiramente evitar a proliferação do mosquito-palha, mantendo o ambiente limpo, livre de entulhos e acúmulo de lixo. Higiene e limpeza são fundamentais para diminuir a incidência do inseto.

O uso de telas em portas e janelas também é recomendado. Para proteger os cães já existem no mercado produtos que afastam os mosquitos transmissores, como a coleira que repele o inseto. Além disso, a vacinação dos animais a partir dos quatro meses de idade é altamente recomendada nas áreas onde há grande ocorrência da doença, sendo necessárias três doses, com intervalo de 21 dias entre elas, e reforço anual da imunização. Para a proteção humana, é recomendável a utilização de repelentes à base de citronela.

Reportagem: Tina Santos – Correio de Carajás – Foto: Janaína Ravanelli

Deo Martins

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