Risco de surto de dengue, zika e chikungunya ameaça 47 municípios paraenses

 Risco de surto de dengue, zika e chikungunya ameaça 47 municípios paraenses

Foto: Fábio Costa / O Liberal

Belém e Ananindeua estão em situação de alerta, com respectivas margens de 1,5% e 1,8% dos lares com larvas do mosquito da dengue (Fábio Costa / O Liberal)

Segundo dados do Ministério da Saúde, 47 cidades (32,6% dos 144 municípios) estão em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya . Dessas, 11 têm índice de infestação predial (IIP) igual ou superior a 4%, o que representa risco de surto. Nos 36 municípios restantes, a situação é de alerta. Nesses locais, a margem de imóveis onde foram identificados criadouros do mosquito ficou entre 1% e 3,9%. O Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), divulgado ontem (12), indica ainda que 68 dos 115 municípios do Estado que participaram da análise estão em situação satisfatória.
Belém e Ananindeua estão em situação de alerta, com respectivas margens de 1,5% e 1,8% dos lares com larvas do mosquito da dengue. Os casos mais preocupantes do Estado estão nos municípios de São Félix do Xingu, onde a proporção chega a 10,2% das moradias; Água Azul do Norte, com risco em 6,5%; e Cumaru do Norte, com 6,4%.
Na sequência, aparecem Breves (6%), Floresta do Araguaia (6%), Breu Branco (5,2%), Monte Alegre (4,7%), Ourilândia do Norte (4,6%), Altamira (4,4%), Curionópolis (4%) e Sapucaia (4%).
Conforme o LIRAa, a maior parte dos criadouros no Estado do Pará foi encontrada em depósito de lixo (658), seguida de depósitos domiciliares (573) e água (495). Em todo o País, 5.358 municípios, 96,2% da totalidade de cidades, realizaram algum tipo de monitoramento do mosquito transmissor dessas doenças, sendo 5.013 por levantamento de infestação (LIRAa/LIA) e 345 por armadilha. A metodologia armadilha é utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente.
Todas as capitais realizaram um dos monitoramentos de mosquito: 25 realizaram o LIRAa; e duas, armadilhas. Estão com índices satisfatórios os municípios de Curitiba (PR), Teresina (PI), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Macapá (AP), Maceió (AL), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE). As capitais com índices em estado de alerta são: Manaus (AM), Belo Horizonte (MG) Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), São Luís (MA), Belém (PA), Vitória (ES), Salvador (BA), Porto Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS).
Já as capitais Palmas (TO), Boa Vista (RR) Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC) estão em risco de surto de dengue, zika e chikungunya por apresentarem IIP igual ou superior a 4%. As capitais Natal (RN) e Porto Alegre (RS) fizeram o levantamento por armadilha. Todas as formas de coleta de dados ocorreram no período de outubro e novembro deste ano.
O Ministério da Saúde recomenda aos municípios que realizem ao menos quatro vezes ao ano o LIRAa. Em janeiro de 2017, a pasta publicou Resolução nº 12 que torna obrigatório o levantamento entomológico de infestação por Aedes aegypti pelos municípios e o envio da informação para as Secretarias Estaduais de Saúde e destas, para o Ministério da Saúde. A realização do levantamento está atrelada ao recebimento da segunda parcela do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso extra que é utilizado exclusivamente para ações de combate ao mosquito. Até então, o levantamento era feito a partir da adesão voluntária de municípios.
Reportagem: ORM

Deo Martins