Pará tem taxa de cura de hanseníase de 76,9%

O médico dermatologista e assessor técnico do Programa Estadual de Controle da Hanseníase da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Carlos Cruz, afirmou, nesta quinta-feira (9), durante o 14º Congresso Brasileiro de Hansenologia, que o Pará tem uma taxa de cura de hanseníase de 76,9% e uma taxa de abandono de tratamento de apenas 7,3%. Ele atribui esse resultado ao trabalho desenvolvido pela Atenção Básica no Estado.

Segundo ele, a Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase da Sespa tem realizado treinamentos de profissionais em todos os municípios paraenses de forma incansável. “Cada treinamento é composto de 12 horas teóricas e 28 horas práticas para assegurar que os médicos e enfermeiros saibam muito bem fazer o diagnóstico precoce de hanseníase. Com certeza, estamos no caminho certo”, explicou Cruz.

Ele esclareceu que o Pará não é um Estado hiperendêmico para hanseníase. “Queremos atingir as metas com base em evidências científicas sólidas”, disse o médico ao iniciar sua exposição sobre a “Situação da Hanseníase no Pará (2001 a 2016)”, logo após a abertura oficial do evento científico, promovido pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia.

De acordo com o assessor técnico, o correto é classificar o Estado em situação endêmica muito alta, conforme os parâmetros do Ministério da Saúde, pois o Pará ocupa o quarto lugar em incidência da doença, com 30,43 casos por 100 mil habitantes notificados em 2016, ficando atrás do Maranhão (47,43), Mato Grosso (80,62) e Tocantins (88,13), que são considerados hiperendêmicos.

Apesar disso, a taxa de detecção de casos novos na população em geral vem caindo nos últimos anos, passando de 92,30 por 100 mil habitantes, em 2004, para 29,93 em 2016. No que tange à taxa de detecção precoce em menores de 15 anos, caiu de 30,60 casos por 100 mil habitantes em 2004 para 11,22 em 2016. “Em números absolutos os casos novos na população em geral caíram de 5.976 casos por 100 mil habitantes em 2004 para 2.486 casos em 2016, e na população de menores de 15 anos caiu de 714 em 2004 para 272 em 2016”, informou o especialista.

Carlos Cruz também apresentou a proporção de examinados entre os contatos intradomiciliares registrados dos casos novos. Desde 2013, o percentual do Pará vem mantendo o nível regular, com mais de 75% de contatos examinados, passando de 33,1% em 2004 para 75,7% em 2016.

Reportagem: Roberta Vilanova – Agência Pará

Deo Martins

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