Pará tem a 1ª morte por febre amarela confirmada

O Instituto Evandro Chagas confirmou, ontem (23), a primeira morte no Pará por febre amarela, em 2017, ocorrida em ambiente silvestre do município de Alenquer, no oeste do Estado. À tarde, em entrevista coletiva, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) anunciou um plano emergencial para o interior do Estado, com o intuito de prevenir a propagação da doença em humanos. 

A primeira vítima da doença no Estado foi um menino de 11 anos que morava em Alenquer e se encontrava internado, semana passada, no Hospital Regional do Baixo Amazonas. O caso foi divulgado por duas pesquisadores do IEC e confirmado pela Sespa, na coletiva. A farmacêutica bioquímica e pesquisadora da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas, Lívia Martins, e a médica e pesquisadora Socorro Azevedo, disseram que o instituto recebeu o material para exames, da rede de vigilância sanitária estadual, no final da tarde da última sexta-feira, 17, e após realizar dois tipos de testes – sorológico e de biologia molecular, que detecta o genoma do vírus, ou seja, identifica a presença do vírus no material -, obteve a confirmação da infecção pelo vírus da febre amarela no paciente.

Elas lembraram, no entanto, que em 2016 o instituto confirmou a morte de uma única pessoa por febre amarela em ambiente silvestre no Pará. “O que é importante para a saúde pública é que houve a confirmação de um caso de febre amarela em humano cuja transmissão ocorreu num ambiente silvestre. Ou seja, não se trata de febre amarela urbana. O Pará, a região Norte, a Amazônia, é considerada área endêmica porque o vírus mora na região, que é o habitat natural dele, o ambiente silvestre”, afirmou Socorro Azevedo. Ela acrescentou que em razão disso eventualmente ocorre um caso ou outro de febre amarela, tanto em primatas (macacos) como em humanos na região.

“Existe proteção para a febre amarela, que é a vacina. Por isso, é tão importante a vacinação para pessoas que vão circular em áreas de mata. Quando as pessoas não estão com proteção vacinal e entram em áreas onde há o vírus, elas podem se infectar e podem vir a morrer”, destacou a doutora. “Mas isso não significa que temos um surto, uma epidemia, um alarme. O vírus normalmente circula por aqui e pode ocorrer a morte de pessoas que foram infectadas, não estavam prevenidas e evoluíram para a forma grave”, complementou.  

As duas pesquisadoras argumentaram que, por questões éticas, não forneceriam dados pessoais do paciente, o que caberia à Sespa, que coordena o trabalho de vigilância e cobertura vacinal, em conjunto com as secretarias municipais de Saúde. No entanto, elas informaram que o menino morava próximo ao local onde já havia sido detectada a morte de um macaco por febre amarela este ano.

Reportagem: O Liberal

Deo Martins

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