No Pará, quase 100 pessoas morreram de síndrome respiratória aguda grave em 2018

O Pará fechou o ano de 2018 com a notificação de 1.208 casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), com 97 óbitos. A informação é da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que também alerta para os cuidados que a população tem que ter neste período chuvoso.
De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa, as principais vítimas foram crianças de sete meses a dois anos de idade, com 367 casos notificados; seguida das crianças menores de seis meses de idade, com 297 casos registrados; e idosos com 60 anos ou mais, com 207 casos notificados. Os municípios com mais casos notificados são Altamira (453), Belém (392) e Parauapebas (81).
Para reduzir os riscos de contrair ou transmitir doenças respiratórias, a população deve lavar e higienizar as mãos antes de consumir alimentos; após tossir e espirrar, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca e evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos e garrafas; manter os ambientes bem ventilados; e evitar ficar perto de pessoas com sinais e sintomas de gripe.
Sinais e sintomas – Os principais sinais e sintomas de síndrome gripal (SG) são febre de início súbito, mesmo que referida (que não foi verificada com uso termômetro), acompanhada de tosse ou dor de garganta, e pelo menos um dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor nos músculos ou dor nas articulações, na ausência de outro diagnóstico específico.
Em crianças menores de dois anos de idade também se deve considerar como caso de SG febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas respiratórios, como tosse, coriza e obstrução nasal. Os sinais e sintomas de agravamento da doença evoluindo para SRAG são dispneia, desconforto respiratório, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente, piora da doença pré-existente e pressão baixa em relação à habitual do paciente.
Notificação obrigatória – A Sespa ressalta que os hospitais têm obrigação de notificar todos os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) às Secretarias Municipais de Saúde, colher amostra de secreção de nasofaringe do paciente para pesquisa de vírus respiratório e encaminhar ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PA). Também devem iniciar o tratamento com o antiviral nas primeiras 48 horas preferencialmente. É o que preconiza a Nota Técnica 01/2018 emitida pela Sespa no mês de janeiro de 2018 e distribuída a todas as Secretarias Municipais de Saúde.
Fatores de risco – Os profissionais de saúde devem ficar atentos com casos de SG em pessoas com condições e fatores de risco para complicações, como crianças menores de dois anos de idade; idosos com mais de 60 anos de idade; grávidas em qualquer idade gestacional; puérperas até duas semanas após o parto, incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal; pessoas com doenças crônicas, imunossupressão, indígenas e obesidade mórbida. Nesses casos, inclusive em pacientes sem condições e fatores de risco para complicação, conforme a gravidade do caso e avaliação do médico, pode ser utilizado o medicamento Oseltamivir. Além disso, todos os pacientes com síndrome gripal devem ser orientados a retornar ao serviço de saúde em caso de piora do quadro clínico.
Vírus circulantes – No que se refere aos vírus causadores da SRAG, dos 1.208 casos notificados, apenas 539 (44,6%) tiveram amostras de secreção coletadas para exame laboratorial, das quais 334 (61,9%) tiveram resultado positivo para vírus respiratório. Destes, 19 foram para H1N1, 34 para H3N2 sazonal, 05 para Influenza A não subtipado, 15 para Influenza B, 8 para Parainfluenza 1, 3 para Parainfluenza 2, 15 para Parainfluenza 3, 213 para vírus sincicial respiratório, 6 para Ademovírus e 16 para Metapneumovírus.
Dos 1.208 de casos notificados, 490 (40.5%) tiveram confirmação por exame laboratorial, 63 (5,2%) por critério clínico-epidemiológico; 574 (47,5%) por critério clínico e 81(6,7%) não têm informação.
Quanto ao uso do antiviral, 668 acientes receberam o Oseltamivir (Tamiflu), sendo que o Ministério da Saúde preconiza o seu uso preferencialmente nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, pois a demora pode levar o paciente a óbito.
Reportagem: Agência Pará

Deo Martins