Hospital Metropolitano destaca importância da doação de órgãos

Gesto essencial para garantir a vida de milhares de pessoas, a doação de órgãos e tecidos foi lembrada em cerimônia realizada no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, nesta quarta-feira (27) – Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos. A programação incluiu orientação a usuários e funcionários do hospital sobre a importância da doação para salvar vidas. Durante todo o mês de setembro, o Hospital Metropolitano está com a fachada colorida por luzes verdes, em alusão ao movimento “Setembro Verde”, que procura mostrar à sociedade a importância desse tipo de doação.
O evento contou com uma celebração pelo diácono Paulo Galende, da Paróquia de São Geraldo Magela, localizada no Conjunto Marex, em Belém. O diácono destacou a esperança que o gesto do doador representa para quem aguarda um transplante. “Quando uma pessoa encontra um doador, ela reencontra a esperança, renasce a motivação para viver”, afirmou o religioso.
Paulo Galende lembrou que, ao optar pela doação, as famílias são responsáveis por um gesto de caridade extrema. “Doar é um gesto de nobreza da alma, é quando você se mostra grandioso”, afirmou o diácono, ressaltando a ética que permeia o processo de doação de órgãos. “Nós sabemos que há receio em doar órgãos, mas existe uma palavrinha muito forte neste procedimento: a ética. Nada é feito contra a vontade da pessoa, nem contra a vontade da família. Tudo é feito mediante autorização”, enfatizou.
Sensibilização – No Hospital Metropolitano a captação de órgãos e tecidos doados é feita por meio da Organização de Procura de Órgãos, onde médicos e enfermeiros trabalham dia e noite, a fim de sensibilizar famílias sobre a importância da doação para quem está na fila dos transplantes.
De janeiro a agosto de 2017, a equipe do HMUE conseguiu sensibilizar familiares de 11 doadores de múltiplos órgãos. O gesto destas famílias possibilitou que 22 pessoas recebessem rins e saíssem da fila de espera. Foram transplantados também 20 córneas, 11 fígados e 11 corações. Em 2016, a unidade registrou 24 doadores de múltiplos órgãos. O HMUE é responsável por 90% das doações de órgãos e tecidos no Pará.
Superação – Coordenadora de Enfermagem da Organização de Procura de Órgãos, Fátima Albuquerque disse que a doação envolve também a superação de barreiras e estigmas nesse processo. “Às vezes, falar de doação representa falar da perda de um familiar. Mas falta conversarmos sobre o assunto para encerrar o estigma de que doar é feio. Doar órgãos é bom, porque é a vida que segue, um ciclo que não se fecha”, reiterou.
Os profissionais da Organização de Procura de Órgãos esclarecem aos familiares e responsáveis legais pelos possíveis doadores a situação do paciente, e como pela doação outras pessoas podem ser ajudadas. Atuando nas 24 horas do dia, a Organização conta com seis enfermeiros, responsáveis pelo trabalho de busca ativa e notificação de potenciais doadores, além da coordenação do processo de doação, que está presente desde a identificação até o momento da cirurgia de captação.
Ierecê Miranda, coordenadora adjunta da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos no Pará (CNCDO), ressaltou a importância dos gestos das famílias que permitiram a doação dos órgãos, e explicou que o trabalho da Central depende da atuação de setores como a Organização de Procura de Órgãos. “A Central coordena os processos, mas depende das comissões intra-hospitalares, que cuidam dos familiares, a sensibilização para que haja captação de órgãos”, informou.
O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência é gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob um contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Critérios para doação
Qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos e tecidos, desde que deixe seu desejo expresso em vida. A família também precisa ser comunicada. Não é necessário deixar nada documentado, nem registrado na carteira de identidade. Podem ser doadores pacientes vítimas de morte encefálica, com danos cerebrais irreversíveis, como traumatismo craniano, e pessoas que faleceram em decorrência de causas diversas.
Quem pode se beneficiar com o transplante
Coração: portadores de cardiomiopatias graves, de diferentes causas, como isquêmica, reumática, idiopática e miocardites, e ainda doença de Chagas.

Pulmão: portadores de doenças crônicas, como fibrose ou enfisema.
Fígado: portadores de cirrose hepática causada por hepatite, consumo excessivo de álcool ou outras causas.
Rim: portadores de insuficiência renal crônica por nefrite, hipertensão, diabetes e outras doenças renais.
Pâncreas: diabéticos do tipo I ou diabéticos com doença renal associada.
Córneas: portadores de ceratocone, ceratopatia bolhosa, infecção ou trauma de córnea.
Médula óssea: portadores de leucemia, linfoma e aplasia de medula.
Ossos: pessoas com perda óssea ocasionada por tumores ou trauma.
Pele: vítimas de queimaduras.
Por Karla Soares – Agência Pará

Deo Martins

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