Evandro Chagas constata presença de três tipos de dengue

O Pará já registra três dos quatro sorotipos da dengue, de acordo com o Instituto Evandro Chagas (IEC). A maior ocorrência é da dengue tipo 1, considerada  clássica, em que a pessoa em sete a dez dias evolui para a cura. Há casos da dengue 4, cujo sorotipo não é mais grave que os demais e algumas mostras da dengue tipo 2, que vem sendo estudada sem que haja consenso de que esse vírus seja o mais agressivo. 

Pesquisadora da Clínica da Seção de Arbovirologia, do IEC, Consuelo Silva de Oliveira afirmou que os estudos avançam e o que se sabe hoje, que é consenso na comunidade médica, é que os quatro sorotipos têm potencial de gravidade: infectado por um, dois, três ou pelo quarto sorotipo, o indivíduo pode evoluir para a forma grave da doença. Mas, também é possível que a pessoa possa ter dengue uma, duas, três, quatro vezes e evolua muito bem nas quatro, segundo garantiu a médica. 

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus, que contempla quatro sorotipos, diferentemente do vírus zika que só tem registrado um sorotipo. Este comportamento do vírus da dengue, observou a médica, tem motivado estudos para se definir melhor e de fato a virulência do microorganismo. O sorotipo 2, observou a médica, vem realmente reservando um maior cuidado porque em algumas epidemias, a exemplo do que ocorreu em 2008, no Estado do Rio de Janeiro, ele foi o agente mais isolado. 

A pesquisadora explicou que não se utiliza mais a terminologia ‘’dengue hemorrágica’’ e sim ‘’forma grave’’. A mudança partiu da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a nova classificação foi acolhida pelo Brasil, uma vez que a forma grave compreende não somente episódios hemorrágicos, mas complicações neurológicas e a hepatite por dengue. 

‘’Mas o que se sabe, e isso está bem definido, é que toda as vezes que eu sou acometida de um quadro de dengue e já tenha o passado de uma dengue, essa condição de uma dengue prévia, me dá uma maior vulnerabilidade. Posso evoluir sim para a forma grave. Mas, isso não é cem por cento. A pessoa pode ter uma, duas, três, quatro exposições e evoluir muito bem nas quatro’’, garantiu Consuelo. “Há uma interação de vários fatores, desde a condição individual, como está a imunidade, minha defesa, a carga do vírus no meu organismo, até o cenário de múltiplos sorotipos’’, acrescentou ela. 

Reportagem: O Liberal

Deo Martins

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