Aumento de casos de febre amarela preocupa

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (9) que irá enviar equipes para investigar um aumento de prováveis casos de febre amarela em municípios do interior de Minas Gerais. Os casos também motivaram um alerta à OMS (Organização Mundial de Saúde) e ações de reforço na vacinação nestes locais.
Em pouco mais de uma semana, 23 casos suspeitos de febre amarela silvestre foram notificados em dez cidades do interior do Estado, com 14 mortes registradas.
Do total de casos suspeitos, 16 tiveram resultado positivo para febre amarela nos primeiros exames, de acordo com a secretaria estadual de saúde. Agora, os casos, considerados como “prováveis”, devem passar por novas investigações para analisar a possibilidade de outras doenças e histórico de vacinação dos pacientes.
Os dados divulgados nesta segunda reforçaram a preocupação de autoridades de saúde diante de um possível aumento de casos suspeitos de febre amarela em algumas cidades do interior da região Sudeste. Na última semana, uma morte foi confirmada para febre amarela no interior do Estado de São Paulo, ocorrida no dia 26 de dezembro.
Em comum, todos os pacientes eram da área rural dos municípios, locais onde há circulação do vírus. “Na investigação inicial, são pessoas que não têm histórico de deslocamento para outras regiões e são a grande maioria aposentados ou agricultores”, afirma o subsecretário de vigilância e proteção à saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said.
Segundo ele, até o momento, não há transmissão em área urbana. No Brasil, a febre amarela urbana, que é transmitida por meio do mosquito Aedes aegypti, não é registrada desde 1942.
Há, no entanto, casos de febre amarela silvestre, que ocorrem em áreas rurais e de mata por meio de um ciclo que envolve primatas não humanos, como macacos, e mosquitos como o Haemagogus -que, por sua vez, podem transmitir o vírus a pessoas não vacinadas e que circulam nessas regiões.
No ano passado, houve seis casos confirmados de febre amarela silvestre, segundo dados do Ministério da Saúde. A suspeita de um possível surto fez com que o Ministério enviasse uma notificação à OMS. A medida segue recomendação do Regulamento Sanitário Internacional, que prevê que todas as ocorrências importantes à saúde pública sejam informadas e monitoradas.
REFORÇO NA VACINAÇÃO
Além da investigação dos casos, as duas equipes técnicas do Ministério da Saúde devem auxiliar os profissionais de saúde do Estado e municípios de Minas em medidas de controle da doença.
As ações incluem vacinação casa a casa nas áreas onde há registro de casos, principalmente na área rural. Pessoas que nunca receberam a vacina devem receber duas doses, com intervalo de um mês cada.
Em seguida, serão vacinados moradores de municípios vizinhos. Ao todo, a pasta irá encaminhar 285 mil doses extras para as ações.
Para as crianças destes locais, a vacinação deve ser antecipada para os seis meses de idade -em geral, a imunização é aplicada a partir dos nove meses.
O ministério também tem reforçado a recomendação para que todas as pessoas que moram ou devem viajar para áreas silvestres, rurais ou de mata verifiquem se estão vacinadas contra a febre amarela ou se há doses em atraso. Em geral, há um período de dez dias após a vacinação para que ela seja efetiva.
Reportagem: Folhapress

Deo Martins

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