Famílias tangidas pela enchente passam de 1.200 em Marabá

 Famílias tangidas pela enchente passam de 1.200 em Marabá

Foto: Evangelista Rocha

Famílias foram escorraçadas de suas casas pela enchente e tiveram de tirar o que podiam enquanto o rio entrava/ Fotos: Evangelista Rocha

A Defesa Civil Municipal se reuniu na tarde desta quarta-feira, 18, com as famílias dos abrigos que foram atingidos pelas cheias dos rios Itacaiunas e Tocantins, que já registram 12,50 metros acima do nível normal. A reunião definiu quais famílias sairão da Z-30 e quais permanecerão em uma área mais alta, ainda nas imediações da Colônia de Pescadores.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, Jairo Milhomem, explica que novos locais já estão sendo monitorados para transferir as famílias atingidas. “Já temos o Campo do Tatuzão, no Belo Horizonte, e também um galpão alugado pela Prefeitura na Folha 32, que irá atender além dessas famílias, algumas da Folha 33”, explica Jairo.

Esta mulher ficou com a água perto do pescoço mas voltou a sua casa para pegar mais móveis

Locais para abrigar a população não são os maiores problemas para a Defesa Civil, no momento, e sim, a falta de materiais, pois, segundo Jairo, os fornecedores informaram que os materiais estão em falta. “Então, precisamos aguardar a aquisição dos municípios vizinhos, como Itupiranga e São Domingos do Araguaia”, esclarece.
Para auxiliar no plano de contingência da enchente, os caminhões do Exército foram ampliados para 15, com 43 militares atuando no resgate das famílias desabrigadas.
A decisão de sair ou não da orla deixou diversos flagelados divididos, cada um com seus motivos. Dona Maria do Rosário vive há 22 anos na Rua São Pedro, Bairro Santa Rosa, e diz que não pretende sair dos abrigos na orla. “Eu sou sozinha, preciso estar perto da minha família. Não conheço ninguém na Nova Marabá ou Cidade Nova, então vou ficar é aqui no meu barraco que é melhor”, justificou ela.
Alison Paixão, que foi tangido da Avenida Pará, teve seu abrigo atingido pela água e decidiu por conta própria remonta-lo em um lugar mais alto. “Até queremos sair daqui, mas minha esposa trabalha aqui na Velha Marabá como serviços gerais, então para ela fica mais cômodo se ficarmos por aqui, já que não temos transporte”, disse Alison.
No estacionamento da Z-30, onde os primeiros abrigos foram construídos, há famílias que estão por lá há uma semana, desde o dia 12, e alguns já não querem mais ficar no local.

Jairo se reuniu com as famílias para comunicar as medidas que serão tomadas

Walter Araújo está com sua esposa e filho nos abrigos desde o dia 13, mas agora se viu em uma difícil situação, já que as águas novamente alcançaram sua ocupação. “Ontem mesmo percebemos que a água já estava muito acima, e hoje ela amanheceu já aqui em cima, invadindo tudo. Eu vou levar minha família para outro lugar, onde puderem levar a gente, só não queremos ficar dentro da água”, desabafa Walter.
Enquanto isso, a previsão do tempo para Marabá, segundo o Weather Channel, é que continue chovendo até o fim de semana. O que implica no aumento do nível do rio e, consequentemente, mais famílias desabrigadas em Marabá.
Zeus Bandeira e Ulisses Pompeu – Correio de Carajás

Deo Martins