Começa campanha contra aftosa

A partir desta terça-feira (1º) começa a segunda etapa da vacinação contra febre aftosa no país. Em todo o estado, a expectativa é de que sejam vacinados mais de 21 milhões de bovinos. A campanha é desenvolvida pelo Ministério da Agricultura e pretende imunizar 150 milhões de animais no país até o final desta fase, que encerra no dia 30 de novembro. A primeira etapa da vacinação aconteceu em maio deste ano, do dia 1º ao 30 do mês.
De acordo com o veterinário Francisco Luiz Sena Franco, a campanha não foca somente na aftosa. “A gente aproveita também essa campanha para fazer a vacinação de outras zoonoses, como o botulismo, raiva e as demais clostridioses, conhecidas como ‘mal de ano’, que atingem animais até um ano de idade. Essa campanha serve tanto para imunizar os animais dessas doenças, quanto para fazer a vermifugação, controle de endo e ectoparasitas”, afirmou.
A febre aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa e, segundo o veterinário, causa aftas na boca e ferimentos na base do casco. Ele diz que o investimento para manter o animal dentro das condições de saúde necessárias é barato, se comparado ao custo de produção do gado. “Então é importante o produtor rural ou pecuarista imunizar os animais com vacinas de qualidade, armazená-las adequadamente, utilizar agulhas novas e sempre procurar vacinar os animais na tábua do pescoço, que é o local mais indicado”, explicou Francisco.
O Pará é, hoje, uma área livre de aftosa com vacinação, diferente do estado de Santa Catarina, por exemplo, que não possui casos da doença mesmo sem a imunização. Francisco lembra que o bovino que não está sadio pode interferir negativamente na balança comercial do estado, que é um dos principais exportadores de gado de corte do país.
“A gente não consegue imunizar 100% dos animais, devido à dificuldade de transporte no nosso estado, porque não são só estradas. Temos que cruzar rios para chegar a muitas propriedades e isso acaba prejudicando nossa logística de distribuição e a qualidade das vacinas”, informa.
O veterinário ainda dá dicas para uma boa conservação das doses, o que também é importante no processo de imunização. “Tem que armazenar bem essa vacina, de dois a oito graus em um isopor com gelo, depois de compra-la”, detalhou.
Vacinação
De acordo com Francisco, cada produtor é responsável pela vacinação do seu gado. O pecuarista deve declarar na Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) que comprou a vacina por meio da apresentação de nota fiscal do produto até o dia 30 de novembro. “Se ele não cumprir com essa exigência pode ser multado e ter o cartão do produtor, que permite gerar a Guia de Trânsito Animal (GTA), bloqueado”, frisou.
Saiba Mais – Em alguns estados, somente animais com até 24 meses podem ser vacinados. Este é o caso da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul (exceto no Pantanal), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.
Reportagem: Nathália Viegas

Deo Martins

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