Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de professor em Marabá

 Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de professor em Marabá
Soldado Felipe Gouveia foi preso em Imperatriz (MA), onde trabalhava normalmente

O inquérito policial que apura o assassinato do professor Ederson Costa dos Santos está concluído. Os acusados Felipe Freire Sampaio Gouveia (policial militar que atirou no professor) e Thaís Santos Rodrigues (namorada de Felipe que estava com ele no momento do crime) foram indiciados por homicídio e também por roubo. A informação foi repassada a reportagem pelo delegado Ivan Pinto da Silva, que preside o inquérito.

Delegado Ivan Silva concluiu o inquérito policial e remeteu ao MP e ao Poder Judiciário
Professor Ederson foi executado e sua morte foi filmada por câmeras de segurança

Delegado Ivan explicou que assim que a vítima foi ao solo, atingida por dois tiros no rosto, o acusado Felipe subtraiu da vítima um celular e a carteira porta-cédulas, sob o olhar de Thaís que tinha se afastado um pouco dos dois, mas voltou logo após os tiros. Ainda segundo o delegado, os acusados não souberam ou não quiseram informar onde estão os objetos, que nunca foram encontrados.
Embora o homicídio tenha sido filmado por câmeras de segurança instaladas em empresas que ficam na Avenida Tocantins, Cidade Nova (palco do crime), o delegado também se cercou de provas materiais. Uma delas é o laudo da balística, feito pelo Instituto de Criminalística (IC), o qual mostra que a munição que atingiu a vítima foi comprada pela Polícia Militar do Maranhão, onde o policial é lotado.
Além disso, a perícia de local de crime confirmou ser o carro de Thaís que colidiu com o carro da vítima. A batida entre os veículos foi o que provocou a discussão que terminou em tragédia, conforme amplamente divulgado desde o dia do crime, em 4 de agosto.
Thaís responde ao crime em liberdade, enquanto o soldado Felipe Gouveia, que teve a prisão temporária convertida para preventiva, permanece preso no Centro de Recuperação Anastácio das Neves (Crecan), em Santa Izabel, zona metropolitana de Belém.
O inquérito policial agora segue para o Ministério Público e para o Poder Judiciário. Pelo andar da carruagem, os dois devem ser pronunciados e enfrentar um júri popular.
Perguntado sobre como o caso foi elucidado de forma tão rápida (com os acusados presos em nove dias), delegado Ivan Silva explicou inicialmente que o crime tinha um diferencial, pois não é comum pessoas de bem serem assassinadas em Marabá. Em grande parte dos casos a vítimas têm alguma ligação com a criminalidade. Não era o caso.
Ele atribuiu a celeridade ao Disque Denúncia e também à Imprensa local, que tem bastante acesso com a população e forneceu informações importantes. “Fomos juntando esse quebra cabeças”, explica o policial, acrescentando que houve também todo um esforço da Superintendência Regional de Polícia Civil em Marabá.
COMOÇÃO
O assassinato covarde do professor gerou passeata e protesto em frente à delegacia de polícia. Preocupados com a demora na elucidação do homicídio, professores e estudantes do IFPA, além de familiares e amigos da vítima, fizeram um protesto pacífico. Durante a manifestação, dois irmãos de Ederson estiveram na delegacia. Um deles, Anderson Costa dos Santos, conversou com a Imprensa. Ele disse que seu irmão era uma pessoa pacífica e não merecia tamanha violência. “Foi um choque, nós entramos em desespero”, relatou.
Outro que também falou sobre o caso foi o engenheiro Fabrício Paiva da Silva, que é professor do IFPA e estudou com Ederson na graduação. Ele chamou atenção para o fato de que a vítima não esboçou reação, estando sempre de braços cruzados, o que revela a frieza e selvageria do homicida.
Por outro lado, a professor Edleia Ferreira, bastante emocionada durante a manifestação, disse que Ederson estava trilhando um belo caminho, estudando e trabalhando e tinha planos de fazer um Doutorado em breve, mas tudo isso foi retirado dele. A professora alerta que esse tipo de violência pode vitimar outras pessoas.
Reportagem: Chagas Filho – Correio de Carajás

Deo Martins

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