Piloto de avião muda versão e nega ter atirado em passageiro

 Piloto de avião muda versão e nega ter atirado em passageiro

Fotos: via whatsapp

Fotos: via whatsapp

Sergio Vanderlei Becker, o piloto do avião que fez o pouso forçado em um rio, perto da comunidade de Jardim do Ouro, zona rural do município de Itaituba, alegou não ter atirado no passageiro identificado por ele como “Polaco“, após este matar a tiros outro passageiro identificado como “Turco“. A versão foi prestada em depoimento ao delegado João Milhomem, na Seccional de Itaituba, na última sexta-feira (29).

BRIGA EM AVIĀO TERMINA EM DUAS MORTES E POUSO FORÇADO

O piloto afirma não ter dado qualquer outra versão anterior a policiais militares e que a informação inicial de que teria atirado em “Polaco” teria sido mal interpretada pelos PMs que o detiveram enquanto seguia na garupa de um mototáxi para a comunidade de Morais de Almeida, em Itaituba.

O piloto alega que teria dito aos PMs que, “para salvar a própria vida”, atiraria em “Polaco“, negando ter declarado a versão inicial reportada por PMs em um boletim de ocorrência registrado na Seccional de Itaituba. No depoimento ao delegado, Sérgio Becker afirma que é piloto freelancer e que foi contratado por “Turco” para pilotar o avião, que pertenceria a “Polaco“.

A versão do piloto diz que ele teria partido do aeroporto de Guarantã do Norte (MT) na quarta-feira (27), por volta de 12h40. Segundo ele, após uma hora de voo, já na região de Itaituba, os dois passageiros iniciaram uma discussão por causa de valores em dinheiro e após alguns minutos de silêncio, ouviu barulho de disparos e que, ao virar o rosto para trás, viu “Turco” morto, caído no assento com tiros na cabeça e “Polaco” segurando um revólver. Nesse momento, o piloto alega ter decidido retornar ao Mato Grosso. Ainda de acordo com Becker, “Polaco” teria colocado um pano na cabeça de “Turco” e arrastado o corpo pelo piso entre as poltronas.

Segundo ele, “Polaco” teria aberto a porta principal do avião, que fica do lado esquerdo e nesse momento, teria avistado a rodovia BR 163 (Cuiabá-Santarém) e as comunidades de Jardim de Ouro e Morais de Almeida, em Itaituba. Após isso, o piloto afirma que sentiu um novo desequilíbrio no avião. Foi então que afirma ter visto “Polaco” jogar o corpo de “Turco” para fora da aeronave. Após isso, o piloto alega que entrou em desespero e, temendo por sua vida, decidiu iniciar o pouso de emergência. Becker afirma ter simulado uma pane na aeronave e, em seguida, avisou a “Polaco” que “havia perdido o motor esquerdo“. Por fim, o piloto pousou no leito do rio, perto da comunidade Jardim do Ouro. Ao perceber que o aparelho afundava, o piloto alega que saiu pela porta de emergência no lado direito do avião, enquanto que “Polaco” permaneceu perto da porta principal aos fundos.

O piloto disse ter ficado sobre a asa direita do avião já submersa, de onde afirma ter visto “Polaco” ser arrastado pela correnteza, não sabendo informar se ele conseguiu chegar à margem do rio. O piloto contou ainda que, após isso, retornou ao interior do avião para pegar sua mochila e uma caixa térmica, que continha gelo e água, e ficou sentado no teto do avião, no aguardo de ajuda. Segundo ele, cerca de 20 minutos depois, apareceu no local uma pequena embarcação de pescadores, que o levaram até a comunidade de Jardim do Ouro, que fica distante cerca de 25 minutos do local onde ficou o avião. O piloto afirmou que, em seguida, se hospedou em um hotel, onde permaneceu até o dia 28 quando, de tarde, pegou um mototáxi até a comunidade de Moraes de Almeida, onde alega que pretendia procurar as autoridades para comunicar o ocorrido. Foi quando ele foi detido pela PM na estrada à noite.

Com informações da Agência Pará

Deo Martins

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *