Acusados no caso Ana Karina serão julgados em Belém

 Acusados no caso Ana Karina serão julgados em Belém
Ana Karina Matos Guimarães, de 29 anos, estava grávida de nove meses
Busca pelo corpo de Ana Karina Foto: Marcelo Campos

Alessandro Camilo de Lima e Graziela Barros de Almeida, acusados de envolvimento na morte de Ana Karina Matos Guimarães, serão submetidos a Júri Popular na Comarca de Belém. Em decisão unânime, sob a relatoria da desembargadora Maria de Nazaré Gouveia dos Santos, a Seção de Direito Penal deliberou pela procedência dos pedidos de transferência do julgamento da Comarca de Parauapebas para Belém, requeridos no processo pela defesa dos acusados.
Conforme os autos, a defesa requereu a transferência sob o argumento de risco à integridade física dos acusados e possibilidade de parcialidade dos jurados, considerando o crime ter sido de grande repercussão e comoção social. A defesa relembrou, no pedido, que tanto Alessandro quanto Graziela só não foram linchados pela população devido à ação da Polícia Civil.
O Juízo da Comarca de Parauapebas manifestou-se favorável ao desaforamento, entendendo que a disponibilização de força policial pode não ser suficiente para conter eventuais exaltações por parte de populares. Da mesma forma, o Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. A relatora acatou as razões da defesa e deferiu os pedidos.
De acordo com o processo, Ana Karina, há época com 29 anos, estava grávida de nove meses quando foi assassinada, em maio de 2010. Alessandro, que era o pai da criança que a vítima esperava, é apontado pelo Ministério Público como suposto mandante do crime. Conforme a denúncia do MP, Alessandro teria planejado o crime com o apoio de sua noiva, Graziela, e atraído a vítima para uma emboscada. Alessandro, sob o argumento de que repassaria valores a Ana Karina para as despesas do parto, marcou encontro com a vítima, levando-a para um local ermo, onde já aguardavam Francisco de Assis Dias e Florentino de Souza Rodrigues, os outros dois acusados no processo.
A vítima foi morta a tiros, sendo depois colocada em um tambor que estaria na carroceria da caminhonete de Alessandro, e jogada no Rio Itacaiunas. Antes, no entanto, os acusados teriam colocado pedras no tambor e feito perfurações, para que permanecesse no fundo do rio. O corpo da vítima, embora os acusados tenham apontado o local onde foi jogado o tambor, nunca foi encontrado.
Ainda de acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime teria sido motivado em virtude da pressão que Ana Karina estaria fazendo com Alessandro, para fazer frente às despesas com o nascimento da criança. Haveria ainda a intenção do acusado em não pagar pensão alimentícia. Fonte: TJPA

Deo Martins