Mulher sequestrada quando bebê encontra família biológica 35 anos depois em Rondônia

Uma mulher, de 36 anos, procurou a polícia para registrar uma ocorrência sobre o próprio sequestro nesta semana. A vítima disse aos agentes que o crime aconteceu em Ariquemes (RO), quando ela tinha menos de um ano. O documento foi registrado na Delegacia de Mutum-Paraná, distrito de Porto Velho, onde ela mora atualmente.
Na delegacia, a mulher declarou à polícia que quando tinha entre sete e oito anos descobriu que era adotada. Na época, a mãe adotiva e possível sequestradora, explicou que o pai biológico da vítima a tinha entregue ainda bebê, pois não tinha condições de cuidar dela. A suposta raptora teria afirmado também que os pais biológicos já haviam morrido.
Em setembro deste ano, a mulher disse ter feito uma postagem na rede social com o primeiro nome de um irmão e demais informações na tentativa de localizar a família.
Uma pessoa respondeu a postagem. No comentário disse que conhecia os irmãos da vítima e que eles moravam em Alto Paraíso (RO). O internauta ainda escreveu que a mãe biológica dela não era falecida e inclusive sofria de depressão devido ao desaparecimento de uma filha há mais de 30 anos.
Ela contou que inicialmente não acreditou no comentário, mas decidiu ir até Alto Paraíso investigar a história. No local, diz ter conversado com um dos irmãos, hoje com 41 anos. Ele contou que no dia do desaparecimento dela a mãe deles havia acabado de amamentá-la e a deixou no berço. Depois saiu, fechou a porta da casa e foi até a residência da avó materna da vítima. Quando retornou, a casa da família estava aberta e a bebê havia sumido.
O irmão dela disse também que no dia do desaparecimento foram feitas várias buscas e um registro do sumiço na delegacia, porém a criança não foi encontrada.
Depois de ouvir o suposto irmão, a vítima procurou um laboratório para fazer o exame de DNA, que confirmou que ela é a criança desaparecida da família na década de 1980.
A mulher sequestrada pediu à família biológica a certidão de nascimento, que mostra o nome verdadeiro dela. À polícia, ela disse, que foi registrada novamente pelos sequestradores no ano de 1992 com outro nome e com outra data de nascimento.
Diante da comprovação, a vítima falou aos policiais ter confrontado os seus supostos pais raptores e eles negaram toda história.
Diante dos fatos narrados na 10ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Mutum Paraná, foi feito o registro da ocorrência com a natureza de sequestro/cárcere privado. Caso é investigado.
G1 – RO

Deo Martins